





A Banda Alfândega surgiu em fins da década de 90, na cidade de Natal/RN, estimulada pela popularidade e ascensão do Rock no Brasil e no mundo, fruto da inquietude e criatividade artística de jovens amigos. Com presença marcante no meio pop-rock da capital potiguar e um trabalho autoral de altissimo nível, a Banda Alfândega conquistou um público fiel e considerável em Natal, influenciando e abrindo caminho para toda uma geração de grupos e artistas locais. A importância de seu trabalho é reconhecida por diversas personalidades do meio artístico e cultural, sendo difícil abranger a história da música jovem potiguar sem fazer menção ao Alfândega.
Ao longo dos anos, a banda contou com a participação de variados músicos, mas o núcleo principal, duradouro e responsável por sua fundação, composições, shows e gravações, pode ser definido assim: Carlos Henrique Lucena (voz), Rômulo Tavares (baixo e vocais), Arthur Winston Jr. (guitarras) e Pedro Queiroga (bateria e vocais). Entre suas influências destacam-se bandas que despontaram na rica safra dos anos 80 como U2, Police, Midnight Oil, Legião Urbana, Paralamas, entre outras; mas suas referências também abrangem a MPB e grupos mais recuados no tempo como Beatles e Mutantes.
No início dos anos 90, o Alfândega ocupou um lugar de destaque no cenário do rock potiguar e ajudou a produzir um dos períodos musicais mais férteis, junto com bandas como General Lee, Movement, Florbela Espanca, Núcleo Base, Carbono 14, Conflito Ideológico, Modus Vivendi e outras. Entre 1988 e 1992, o grupo foi a sensação da cidade. Realizou shows memoráveis, como em 1991 (Projeto Seis e Meia, TAM) e 1992 (Palácio dos Esportes, com direção musical do saudoso Chico Villa).
Participou da primeira e histórica edição do Abril Pro-Rock (1993), em Recife/PE, onde foi ovacionada pelo público e artistas (entre eles, Chico Science); abriu shows de bandas como Engenheiros do Hawai e Biquíni Cavadão; e foi uma das bandas a gravar a coletânea Identidade, disco hoje raríssimo, que capturou (em vinil) o que se fazia de melhor no rock potiguar dos anos 90. Nesta época, músicas do Alfândega como Homens Maus, Homens do Cais, Florbela e Babel eram destaques na programação das rádios-rock de Natal, quando não havia a proliferação on-line da música via internet, tampouco as facilidades de produção e distribuição musical dos anos 2010.
O registro principal do Alfândega está no CD "Alfandega 1988-2004" que traz 14 músicas autorais e é uma espécie de edição antológica, pois sintetiza 16 anos de existência do grupo. A obra foi gravada em 2004 e viabilizada através da Lei Municipal de Cultura Djalma Maranhão (Natal/RN). Além de um belo e cuidadoso projeto gráfico (assinado pela Mariz Comunicação), o disco é enriquecido pelas seguintes participações especiais: Madrigal da EMUFRN (regido por André Oliveira), a cantora israelense Meira Asher, o grupo Tuna Portuguesa (Universidade do Porto); além de experientes músicos como Marco França e Franklin Nogvaes (teclados), Erinaldo Araújo (trompete) e Jorge Lima (bateria e percussão). Este último, responsável pela direção e produção musical do CD.
Em 2018, o Alfândega voltou à ativa e aos show! O grupo completou 30 ANOS JUNTOS e trouxe para os palcos o seu novo show TODO AMOR. Todos os integrantes originais estão juntos novamente, ensaiando, compondo e gravando novas músicas. O retorno do Alfândega era aguardado por vários amigos e fãs que vivenciaram a história da banda, mas também é importante para o conhecimento das novas gerações que não tiveram a chance de presenciar um show ao vivo. Desta vez, o Alfândega veio com um novíssimo repertório, lançando músicas como: Todo Amor, As Chaves e os Anéis, Lolla!, Errante e As Flores Nascem Todo Dia. Mas, em seu retorno, a banda não deixou de recordar seus HITS do primeiro álbum como Florbela, Homens Maus, Babel e outros.